domingo, 10 de março de 2013

John Harper, herói do Titanic



Pr. JOHN HARPER – O ÚLTIMO HERÓI DO TITANIC
Enquanto as águas escuras e geladas do Atlântico enchiam lentamente o convés do Titanic, John Harper gritava: "Deixem as mulheres, crianças e descrentes subirem nos barcos salva-vidas." Harper tirou seu salva-vidas - a última esperança de sobrevivência - e o entregou a outro homem. Depois que o navio desapareceu sob a água escura, deixando Harper se debatendo nas águas geladas, ouviram-no incentivando os que estavam à sua volta a confiar em Jesus Cristo.
Era a noite de 14 de abril de 1912. uma noite de heróis, e John Harper foi um deles. Apesar das águas que o tragavam serem extremamente frias e do mar à sua volta estar escuro, John Harper deixou este mundo numa resplandecente glória.
Os atos de coragem de Harper foram espontâneos. Ele não tinha motivo para imaginar que o Titanic afundaria, nem tempo para escrever um roteiro. Uma revista comercial, The Shipbuilder, descreveu o Titanic como "praticamente insubmergível". No dia 31 de maio de 1911, um empregado da Companhia de Construção Naval White Star disse: "Nem mesmo o próprio Deus pode afundar esse navio". O Titanic representava toda a segurança, elegância e confiança da era vitoriana-edwardiana. A Associated Press era entusiasta do navio, declarando: "Tudo que a riqueza e a habilidade modernas podiam produzir estava incorporado no Titanic, o navio mais longo já construído, com mais de 4 quadras de comprimento.., com acomodações para uma tripulação de 860 pessoas e capacidade para 3.500 passageiros, ele foi construído com o mesmo cuidado dedicado aos melhores cronômetros". A ostentação e o tamanho recorde do Titanic impressionaram a era dourada da construção naval. Seus motores de 50.000 HP que produziam a velocidade de 24 nós por hora eram protegidos por dezesseis compartimentos estanques. Cada um era protegido por estruturas de aço. Na época do seu lançamento, o Titanic era o maior objeto móvel manufaturado do mundo. Depois de fazer as duas primeiras paradas para passageiros e correio em Cherbourg e Queenstown, Irlanda, os passageiros se sentiram ainda mais seguros. Harper escreveu numa carta para seu amigo Charles Livingstone antes de atracar em Queenstown, dizendo:
"Até agora a viagem é tudo que se pode desejar."
Às 11:40 da noite de 14 de abril de 1912, um iceberg rasgou o lado estibordo do navio, jogando gelo por todo o convés e arrebentando seis compartimentos estanques. O mar se infiltrou. A maioria dos passageiros não acreditava que o Titanic afundaria até que a tripulação começou a lançar foguetes de sinalização para o alto. Charles Pellegrino disse: "A água brilhou por todos os lados. Barcos salva-vidas podiam ser vistos nela... Naquele enorme facho de luz artificial, as mentes também foram iluminadas. Todos entenderam a mensagem dos foguetes por si próprios". Depois dos foguetes, ninguém precisava ser convencido a entrar nos barcos salva-vidas. De repente, quando a água alcançou a metade da ponte de comando, um estrondo que parecia um milhão de pratos quebrando, cortou a noite. Enquanto a popa do Titanic subia alto no céu para se preparar para seu mergulho ao fundo do mar, um barulho terrível como uma explosão abalou o ar da noite. Passageiros davam-se as mãos e se jogavam na água. Às 2:20 da manhă o Titanic começou sua descida lenta para o fundo do mar, deixando uma nuvem emergente de fumaça e vapor acima do seu túmulo. Nas águas geladas do Atlântico Norte, na calada da noite, o navio mais famoso do mundo terminou sua primeira e última viagem, mas alcançou uma mística náutica que só perde para a da arca de Noé. Tudo aconteceu tão rápido, que Harper só pôde reagir. Sua reação deixou um exemplo histórico de coragem e de fé. "Os heróis da humanidade", disse A. P Stanley, "são como as montanhas, como os planaltos do mundo moral". John Harper foi um desses heróis.
A Parte Mais Difícil do Seu Heroísmo
Nunca é fácil assumir tais ações heróicas, e para John Harper foi excepcionalmente difícil. Sua filha pequena, Nana, estava viajando com ele. Quatro anos antes, a mãe dela adoeceu e morreu. Agora, Harper sabia, Nana ficaria órfã aos seis anos de idade.
Quando o alarme indicou o fim do Titanic, Harper imediatamente entregou Nana a um capitão do convés com ordens para colocá-la num barco salva-vidas. Então ele saiu para socorrer os outros. Nana foi resgatada e mandada de volta à Escócia, onde cresceu, casou-se com um pastor, e dedicou toda a sua vida ao Senhor a quem seu pai tinha servido.
Certa vez, depois de Harper escapar por pouco de se afogar aos 26 anos, ele disse: "O medo da morte não me preocupou em momento algum. Eu acreditava que a morte súbita seria glória súbita, mas havia uma menininha sem mãe em Glasgow". Agora, essa menininha ficaria sem mãe e sem pai. Com certeza essa foi a parte mais difícil para Harper.
O Herói em Contraste
O heroísmo altruísta desse escocês é acentuado pela conduta contrastante de muitos colegas passageiros nessa viagem mortal. Enquanto Harper entregava seu colete salva-vidas, um banqueiro americano conseguiu colocar um cachorro de estimação num barco salva-vidas, deixando 1.522 pessoas sem ajuda. Não havia um espírito de "afundar com o navio". Dos 712 salvos, 189 eram, inclusive, homens da tripulação. O coronel John Jacob Astor tentou escapar com sua mulher num barco salva-vidas e foi detido pelo segundo-oficial Charles Lightoller. Astor era o homem mais rico do mundo, mas isso foi insuficiente para forçar a sua entrada num simples barquinho salva-vidas. Daniel Buckley se disfarçou de mulher na tentativa de conseguir um lugar no barco. Os passageiros da primeira classe, no primeiro barco salva-vidas a ser baixado, se recusaram a voltar e recolher pessoas que estavam se afogando, apesar de haver espaço para muitos outros serem salvos. A Sra. Rosa Abbott, a única mulher a afundar com o navio e sobreviver, disse que um homem tentou subir nas suas costas forçando-a para baixo da água e quase afogando-a.
O Sr. Bruce Ismay, um dos donos do Titanic, diretor administrativo da Companhia White Star e o responsável por não haver barcos salva-vidas [suficientes] a bordo, tornou-se o marinheiro mais infame desde o Capitão Bligh. Ele subiu num barco salva-vidas enquanto centenas de mulheres permaneceram no navio condenado. O Capitão Smith ordenou a seus homens: "Façam o melhor que puderem para as mulheres e crianças, e cada um cuide de si". Ao mesmo tempo, John Harper mandava os homens fazerem o que podiam para as mulheres e crianças e cuidarem dos outros.

John Harper, herói do Titanic parte 2


A Conversăo de John Harper
Ele nasceu em Houston, Renfrewshire, no dia 29 de maio de 1872, e foi no último domingo de março de 1886, quando tinha treze anos e dez meses de idade, que aceitou Jesus. Ele nunca foi um rapaz de confusăo. Sua juventude desde a pré-adolescência foi moldada e protegida por sua fé no Senhor Jesus Cristo. O amor de Deus foi derramado no seu coraçăo, e permeou sua vida completamente, formando seus pensamentos, induzindo à açăo no momento certo, e preservando-o do mal que está neste mundo. Foi através de Joăo 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê năo pereça, mas tenha a vida eterna", que o caminho da salvaçăo ficou claro no seu coraçăo e na sua mente. Esse tem sido o meio de iluminar multidơes. Foi o que o iluminou, e o libertou do medo. "O perfeito amor lança fora o medo".
Ele recebeu a verdade por amá-la, e a verdade o libertou. Nas palavras esclarecedoras daquele texto, ele viu Jesus como a dádiva de Deus oferecida ao mundo inteiro, e, portanto, para ele corno habitante deste mundo. Ele recebeu essa dádiva com açơes de graça, e uma nova vida começou.
Aqueles que dirigiam o culto em que ele aceitou o Salvador foram abençoados com muitas conversơes, mas convertidos como John Harper săo raros. As vezes há grande júbilo e muitos aleluias quando um pecador notório se converte, mas, infelizmente, muitas vezes a alegria dura pouco. Algumas pessoas por quem houve muito regozijo, mais tarde provaram ser pouco confiáveis.
Năo se sabe se houve alegria especial quando o menino do interior aceitou Jesus naquela noite, mas depois que recebeu a Palavra, ele a guardou num coraçăo sincero, e mais adiante deu frutos com paciência. A palavra de Joăo 15.16 poderia se referir a ele: "eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça".
Năo é necessário que os homens tenham se afundado no pecado para terem utilidade especial para Cristo depois que a graça redentora de Deus os tenha alcançado. No exercício do seu ministério público, o Sr. Harper jamais se afastou de Deus caindo profundamente em pecado. Contudo, ele foi o instrumento de Deus para levar ao Salvador muitos que estavam totalmente extraviados. Desde o começo ele foi claramente, pela vontade de Deus, "um vaso para honra, santificado, e adequado para o uso do Mestre".
E para o louvor do Senhor que Deus pode e consegue mudar as vidas de homens degradados e infames, dando-lhes um lugar de honra e distinçăo na Sua obra. Mas as açơes malignas deles antes da conversăo, às vezes, săo uma armadilha para eles depois da conversăo, ao invés de um auxílio no serviço para Cristo. Uma vida pura antes da conversăo é um recurso valioso.
A Herança de Pais Tementes a Deus
John Harper nasceu e foi criado num lar cristăo, como será relatado mais tarde neste livro. Seus pais. pobres neste mundo, eram herdeiros do Reino que Deus prometeu aos que O amam. Quanto mais lares cristăos, melhor, năo só para a igreja, mas para a naçăo também. Ser criado no cuidado e conselho do Senhor, num ambiente de oraçăo e de reverência à Palavra de Deus, é ser selado na juventude com marcas que săo de grande valor, apesar de ocasionalmente os resultados esperados demorarem a aparecer.
Ser criado no temor de Deus é uma herança de valor inestimável. Apesar de ter sido num domingo à noite em março de 1886 que o menino de quase quatorze anos aceitou a Cristo, havia todas as marcas dos anos anteriores guardadas na sua mente jovem. Năo foi em văo que ele ouviu durante esses anos marcantes as oraçơes e súplicas de seu pai e a exposiçăo da Palavra de Deus naquele lar simples. A lenha foi colocada na lareira do seu coraçăo, e eis que naquela noite de domingo uma fagulha de amor divino caiu sobre ela, e a chama se acendeu.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Arrependimento para Vida


“E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.” Atos 11:18

Um dos maiores obstáculos que a religião cristã tenha alguma vez tido que suportar, foi o preconceito inveterado que se apoderou das mentes de seus primeiros seguidores. Os crentes judeus, os doze apóstolos e aqueles que Jesus Cristo havia chamado de entre os dispersos de Israel, estavam tão apegados à ideia de que a salvação era dos judeus, e que ninguém a não ser os discípulos de Abraão, ou, pelo menos, os circuncidados, podiam ser salvos, que não podiam aceitar a ideia de que Jesus tivesse vindo para ser o Salvador de todas as nações, e que Nele seriam benditos todos os povos da terra.
Com muita dificuldade podiam aceitar essa suposição; era tão oposta a toda sua educação judia, que os vemos convocando a Pedro para um concílio de cristãos, e perguntaram-lhe: “Por que entraste em casa de homens incircuncisos, e comeu com eles?” E Pedro não pode exonerar-se a si mesmo até não ter se referido plenamente ao assunto, e ter declarado que Deus lhe apareceu em uma visão, dizendo-lhe: “O que Deus purificou, não chame de incomum,” e que o Senhor lhe ordenou pregar o Evangelho a Cornélio e a sua casa, já que eram crentes.
Depois disso o poder da graça foi tão enorme, que esses judeus não puderam resistir-lhe mais; e mesmo que pese toda sua educação prévia, de imediato assumiram o principio compreensivo do cristianismo: “e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.
Bendigamos a Deus porque agora estamos livres dos impedimentos do judaísmo, e porque tampouco estamos sob os impedimentos de um gentilismo, que por sua vez, excluiu aos judeus; mas que vivemos muito próximos do bem aventurando tempo que se aproxima, quando judeu e gentio, escravo ou livre, se sentirão um em Jesus Cristo, nossa Cabeça.
Não me proponho abundar sobre esse tópico, mas sim que meu tema no dia de hoje será: “O arrependimento para vida.” Peço graça a Deus para falar-lhes de tal maneira que Sua palavra seja como uma espada cortante “Que penetra até dividir alma e espírito, juntas e medulas
Por “arrependimento para vida”, creio que devemos entender aquele arrependimento que vai acompanhado de vida espiritual na alma, e que assegura a vida eterna a todo aquele que o possui. “O arrependimento para vida,” afirmo, traz consigo vida espiritual, ou melhor, é a primeira consequência procedente dessa vida.
Existem arrependimentos que não são sinais de vida – exceto de vida natural – porque só são efetuados pelo poder da consciência e a voz da natureza que fala nos homens; porem, o arrependimento de que se fala aqui, é produzido pelo Autor da vida, e quando vem, gera tal vida na alma que aqueles que estavam “mortos em delitos e pecados,” são revividos conjuntamente com Cristo; aqueles que não tinham receptividade espiritual, agora “recebem com mansidão a palavra implantada”; aqueles que “cochilavam no próprio centro da corrupção,” recebem o poder de se converterem em filhos de Deus, e de estar próximos de Seu trono.
Eu creio que esse é o “arrependimento para vida”: aquele arrependimento que dá vida a um espírito morto. Eu também disse que esse arrependimento assegura a vida eterna; pois existem arrependimentos dos quais os homem ouvem falar, que não asseguram a salvação da alma.
Alguns pregadores afirmam que ainda que os homens podem se arrepender e crer, também podem apostatar e perecer. Não pretendemos consumir nosso tempo fazendo uma consideração para expor seu erro agora; frequentemente consideramos isso antes, e temos refutado tudo o que poderiam dizer em defesa de seu dogma. Pensemos em um arrependimento infinitamente melhor.
O arrependimento de nosso texto não é esse arrependimento, mas sim, que é um “arrependimento para vida”; um arrependimento que é um verdadeiro sinal de salvação eterna em Cristo; um arrependimento que nos preserva em Jesus através desse estado temporal, e que quando tenhamos passado à eternidade, nos proporciona uma bem-aventurança que não pode ser destruída.
Arrependimento para vida” é a salvação real da alma, é o germe que contêm todos os elementos essenciais da salvação, que os guarda para nós, e que nos prepara para eles.
Nesse dia temos de prestar uma atenção, acompanhada de oração, ao “arrependimento” que é “para vida”. Primeiro, irei dedicar alguns minutos na consideração do arrependimento falso; em segundo lugar, irei considerar os sinais que caracterizam o verdadeiro arrependimento, e posteriormente, enaltecerei a caridade divina, do qual está escrito: “De maneira que também aos gentios, Deus deu arrependimento para vida.”

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