terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Fruto do Espírito

O fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de Cristo, através do crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente. Por si só, o homem não tem condições de produzir o fruto do Espírito. Sua inclinação natural será sempre de produzir “as obras da carne”.
Quando o crente, por influência do Espírito Santo, consegue subjugar o poder do pecado, e andar em comunhão com Deus, o próprio Espírito implanta no crente as qualidades da personalidade de Deus. Desse modo, o fruto do Espírito é algo nascido por atuação do princípio divino e não por empreendimento humano.
Ele possibilita o crente viver a vida cristã autêntica e de forma íntegra aos olhos de Deus. É através dele que o crente participa da natureza divina, pois é através do fruto que é manifestado o caráter cristão verdadeiro, e todas estas virtudes expressadas pelo amor.
 A maturidade cristã de um crente não é colocada à mostra pelos dons e sinais que ele opera em nome de Jesus, mas sim, pela presença viva e notável do fruto do Espírito em sua vida. 
Mas o fruto do Espírito é a expressão utilizada pelo apóstolo Paulo para descrever as características gloriosas daqueles que possuem o precioso Espírito de Deus sobre suas vidas. A importância da utilização do termo "fruto", em oposição a "obras", deixa claro que estas características não nascem de uma dura disciplina ou de um legalismo humano, mas simplesmente pela ação da graça em nossas vidas. O uso do termo "fruto" identifica-se com os ensinos de Jesus, pois "pelo fruto se conhece a árvore" (Mateus 7:15-20). Paulo parece transmitir que estes frutos espirituais são características naturais de todos os cristãos guiados pelo Espírito, diferente dos dons espirituais que são concedidos a cada um segundo a necessidade e utilidade.
Amor: é natural o autor de 1 Coríntios 13 citar o amor como o primeiro fruto do Espírito. Ora, Deus é amor, portanto seus filhos devem amar. É pelo amor que os discípulos são conhecidos (João 13:34-35). É o amor que regula o relacionamento do cristão com o semelhante. Este amor é bem diferente da noção carnal que nosso português o atribui. É um amor como o do próprio Deus: um amor de entrega, que não visa os próprios interesses. Os demais itens são consequências deste amor.
Paz: a alegria, PAZ, vai além de um sentimento passageiro, momentâneo; é uma profunda alegria, como a expressa na Epístola aos Filipenses, constante fruto da comunhão da criatura com seu criador. A paz não é simplesmente ausência de guerra (até porque o cristão vive aflições - João 16:.33), mas um sentimento de serenidade interior, que pode ser manifestada nos relacionamentos e na comunhão.
Longanimidade: esta palavra, no seu original, transmite uma profunda noção de perseverança. O crente guiado pelo Espírito é potencializado a perseverar mesmo diante de poderosas dificuldades.
Benignidade e bondade: a presença do Espírito produz nos crentes um constante desejo pela prática do bem, o afastamento de toda aparência de mal, pois o amor produz isso nos corações. Quase poderíamos comparar estes termos com a piedade e a caridade, isto é, o amor em ação.
Fidelidade e fé: esta fidelidade diz respeito não somente a fé em Deus e a fidelidade com o Senhor, mas também fidelidade às verdades essenciais do evangelho e também fidelidade no relacionamento pessoal.
Mansidão: é uma característica não somente natural, mas, principalmente, de origem espiritual. A mansidão é uma bem aventurança (Mateus 5:5) e, aqui, parece nos dizer respeito a uma disposição a submeter-se à vontade de Deus a todo custo. Bem nos lembra a primeira bem aventurança, que diz que bem aventurados os pobres de espírito, porque dos tais é o reino dos céus (Mateus 5:2). 
Domínio próprio, temperança: diz respeito, principalmente, aos desejos do ego. É a capacitação para estar diante do pecado e dizer "não". É uma capacitação de ter o "eu" no seu devido lugar, assim como Jesus Cristo, que, sendo homem, procurou fazer a vontade do Pai.
Paulo afirma que contra o fruto do Espírito não há lei. Lei nenhuma pode condenar estas nobres atitudes de uma natureza transformada pelo Espírito de Deus. Que lei pode condenar o amor, a bondade? Esta é a proposta de Paulo ao legalismo judaico. O fruto do Espírito é a solução definitiva para uma vida poderosa, santa e aprovada por Deus. Se o sistema judaico fosse suficiente para produzir nos homens uma vida santa, por que a lei condenava ao invés de vivificar (Gálatas 3:21)? Uma vida baseada em "sim" e "não", "posso" e "não posso", dificilmente produzirá piedade em alguém.
 O que devemos é nos submetermos à vontade do Espírito e, sendo de Cristo Jesus, crucificarmos a nossa carne (Gálatas 5:24) com suas paixões. Ser de Cristo Jesus é um relacionamento novo, introduzido por Deus na humanidade. É vencer a carne pelo Senhorio do Nosso Salvador em nossas vidas. Sendo Ele Senhor, a carne deixa de reinar, pois Ele é mais poderoso. Crucificar a carne é um ato que envolve sujeição ao Espírito e também autodisciplina, pois o fruto do Espírito é tão contrário às obras da carne, que tais sentimentos pecaminosos acabam sendo crucificados pela nova vida em Cristo.

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