sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

História da Igreja Parte 02.

SEITAS E HERESIAS
Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã. Os cristãos não só lutam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas.
Os Gnósticos Do grego "Gnósis = Sabedoria, Conhecimento" Acreditavam que Deus Supremo é o espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completamente má criada por um ser inferior que é Jeová. O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito. Afim de chegar a libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual, o Cristo. Cristo portanto não era matéria, possuía somente a natureza divina.
Os Ebionitas Do hebraico que significa "Pobre" eram judeus-cristãos que insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo. Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos.
Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém criam em um "Cristo celestial".
Marcion, nativo de Porto, foi a Roma perto de 138 e se tornou membro da Igreja de Roma. Não conseguiu levar a igreja a aceitar seu ponto de vista, assim que organizou os seus seguidores numa igreja cismática e expandiu a obra até ter congregações em quase todas as províncias. Embora talvez não seja correto chamar Marcion de gnóstico, ele compartilhou vários de seus pontos de vista: judaísmo é mau. Jeová não é o mesmo Deus do NT. Contrastou, segundo ele, a imoralidade e crueldade do AT., com a espiritualidade, misericórdia, bondade e alta moral do NT.
Embora conceba o nascimento, vida e morte de Jesus como apenas aparente, Marcion insiste na obra redentora de Cristo como necessária para a salvação dos homens. O marcionismo achou fácil aceitação na Mesopotâmia e na Pérsia e sobreviveu lá durante alguns séculos.

Montanismo:É uma reação às inovações que foram introduzidas nas igrejas pelo gnosticismo e paganismo em geral às custas da fé e da moral. Foi organizado na Frígia entre 135 e 160 por Montano com Priscila e Maximinia (profetizas do movimento) em resposta a uma iluminação do Paracletos, para proclamar o estabelecimento do reino de Cristo e pregar contra o mundanismo das igrejas. Algumas das doutrinas desenvolvidas ( e pelas quais foram rejeitados) tornaram-se ensino básico da Igreja católica 2 séculos depois: exaltação da castidade e viuvez; divisão dos pecados em mortal e venial, exaltação do martírio.
Tornou-se o precursor do cristianisno ascético. Suas doutrinas em geral eram as mesmas do cristianismo católico. Reivindicaram ter recebido revelações divinas enquanto em estado de êxtase. O espírito lhes dava a interpretação ascética de certas passagens bíblicas. O montanismo é uma explosão de profetismo, dando importância especial a visões e revelações. Tem caráter essencialmente escatológico. Para eles o período do Parácletos (Espírito Santo) se iniciou com Montano. A nova Jerusalém será inaugurada para o reino de 1.000 anos. Assim que é necessário viver em continência e prepara-se para tanto. Nenhum dos que escreveram contra o montanismo vê neles uma heresia. Ao contrário vê nele "tendências arcaicas".
Novacionismo: Foi o montanismo reaparecendo numa outra época, sem as reivindicações proféticas que desapareceram. Novaciano foi condenado em 251 por um concílio romano que reunia 60 bispos. Após a perseguição de Décio, quando muitos negaram a fé, Novaciano liderou os que queriam muito rigor para os que cairam. Este movimento cismático encontrou muita recepção na África e na Ásia Menor, onde absorveu o que restou dos montanistas. Sua doutrina era igual à das igrejas católicas. Foi apenas a questão de disciplina que questionavam: condições para ser membro da igreja e perdão de certos pecados específicos. Enquanto Cipriano admitia a reconciliação dos caídos "após uma penitência severa e prolongada: . Novaciano considerava que "reconciliação alguma lhe pode ser concedida" Para Novaciano a igreja se identificava com um pequeno grupo de espirituais que estava em conflito obrigatório com a cidade terrena. Crendo que as igrejas católicas eram apóstatas, os novacianos rejeitaram as ordenanças delas. A crença na regeneração batismal era quase universal nesta época. Os novacianos deram tanta importância à necessidade do batismo ser ministrado por pessoa devidamente qualificada que rebatizavam os que vieram das igrejas católicas.

Os Donatistas: Como os montanistas e novacionistas, estavam preocupados principalmente com questões de disciplina. O movimento surgiu após a perseguição de Diocleciano e especificamente em relação ao que entregaram as Escrituras as autoridades. Os donatistas insistiram numa disciplina eclesiástica rigorosa e numa membresia pura.

A IGREJA IMPERIAL
DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.
Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão.
O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram proibidas
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado,e seus ministros privilegiados não pagavam impostos, e os julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A Fundação de Constantinopla
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.
A partir deste século( IV ), a Doutrina ensinada pelo maior de todos os enviados já não se encontra no estado puro em que foi ensinado, porque, atendendo a critérios de homens, de espíritos de homens e do mundo, e associado ao processo de institucionalização da Igreja Católica (dita Universal), a essência foi completamente ALTERADA.
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Século IV e V - Cronologia
301 - O cristianismo torna-se a religião oficial da Armênia
303-04 - Éditos de perseguição aos cristãos
312 - Início do cisma donatista
312 - A falsa conversão de Constantino
312 - Início do costume de adorar os santos
313 - Paz Geral da Igreja
313 - Eusébio consegue do imperador Constantino a permissão para confeccionar 50 bíblias
314 - Concílio de Arles
320 - A heresia Ariana é desenvolvida no oeste do Império Romano. No ensino de Ários a divindade de Jesus Cristo é negada e Deus manifesta na carne e sangue de Jesus Cristo é tido como nada mais que o filho de Deus adotado. Se não fosse pela intervenção de Constantino em 325 d.C., essa heresia teria dominado completamente o mundo da igreja do Oeste que mais tarde se tornou o mundo da Igreja Ortodoxa Grega.
321 - Constantino promulga uma lei ordenando que todos descansem no dia do sol (domingo)
325 - I Concílio de Nicéia. Sob o governo do imperador Constantino no Conselho de Nicéia, a trindade Tertuliana juntamente com a nova lei do batismo, tornam-se doutrinas oficiais nas igrejas do Império Romano, através do decreto imperial. Todos os sistemas religiosos fora do trinitarismo foram considerados heréticos, incluindo, os ensinamentos dos apóstolos e os de Arias, juntamente com outros grupos religiosos. Sob o governo de Constantino, os assim chamados grupos trinitatianos tornaram-se a religião oficial do império. Nessa época, a profecia do Apóstolo Pedro em 2º Epístola de Pedro 2:1-2 se cumpre. Devido ao concílio de Nicéia, o mundo da igreja apostólica dentro do território romano foi levada a se esconder, ou se espalhar, devido a perseguição pelo próprio governo e a Igreja Católica Romana e os crentes trinitários.
330 - Na fundação de Constantinopla, Constantino mistura o cristianismo com religiões pagãs .
339 - Perseguição aos cristãos no Império Sassânida
340 - Anastácio de Alexandria visita Roma com 2 monges do Egito
342-43 - Sínodo de Sárdica: conflitos entre católicos romanos e ortodoxos
347 - Perseguição dos donatistas por Constante
354 - O Natal, festa de origem pagã, é instituído pelo bispo romano Libério
355 - Constantino II exila Libério, bispo de Roma, e põe em seu lugar Félix II
357 - Anastácio de Alexandria escreve a "Vida de Santo Antônio"
358 - Após a deposição de Félix II, Libério volta e é aceito pelos cristãos de Roma
360 - Martim de Tours funda um mosteiro perto de Poitiers (França)
361 - Anistia Geral aos cristãos
363-65 - Reavivamento pagão no governo de Juliano
366 - Os arianos empossam Ursino em oposição à Dâmaso, legal bispo de Roma. Todavia, a oposição só dura um ano
367 - Concílio de Hipo: confirmação dos 66 livros da Bíblia Sagrada
370 - Culto aos santos, por Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo
372 - Gregório de Nazianzo, defensor da adoração às imagens, assume episcopado
376 - O imperador Graciano rejeita título de Pontífice Máximo da Igreja
376 - O imperador Graciano reprime os donatistas
377 - Sínodo de Roma: condenação de Apolinário
378 - Dâmaso, bispo de Roma, recebe o título pagão de Pontífice Máximo da Igreja
380 - Édito de Tessalônica: Teodósio torna o cristianismo religião oficial
381 - Concílios de Constantinopla e Aquiléia: condenado o apolinarismo
384 - Em Roma, Jerônimo inicia a tradução da Bíblia para o latim vulgar
385 - Prisciliano é executado como herético
386 - Jerônimo continua a tradução da Bíblia na Palestina
387 - Conversão de Agostinho ao Cristianismo em Milão (Itália)
389-91 - Teófilo, patriarca de Alexandria, inicia violenta campanha de destruição de templos pagãos
392 - O imperador Teodósio proíbe a liberdade religiosa aos pagãos
400 - As Confissões de Santo Agostinho
400 - Horonato funda o mosteiro de Lérins (França)
400 - Maria passa a ser considerada "Mãe de Deus"
400 - Invenção da oração aos mortos e do Sinal da Cruz
402 - Inocêncio I, filho do antigo bispo de Roma Anastácio I, assume o episcopado romano
403 - Epifânio combate adoração a Maria
404 - Jerônimo termina a tradução da Vulgata
408 - Revoltas populares pedem a liberdade de culto para os não-cristãos no Império Romano
415 - João Cassiano funda 2 mosteiros em Marselha (França); através de Conferências introduz as regras monásticas no catolicismo
416 - O batismo infantil e por aspersão torna-se compulsório na igreja Ocidental.
418 - Divergências na igreja primitiva: Bonifácio I e Eulálio são eleitos bispos de Roma
419 - Eulálio é expulso de Roma pelo imperador e por partidários de Bonifácio I
420 - Cristãos são perseguidos na Pérsia
424 - A Igreja Assíria (Nestoriana) proclama autonomia
431 - I Concílio de Éfeso: adoração a Maria é oficializada
432 - Patrício começa a fundar mosteiros na Irlanda
440 - Leão Magno, bispo de Roma, declara que o episcopado romano é a autoridade suprema da Igreja no mundo
440 - Surge a lenda de que Helena encontrou a Cruz de Cristo
448 - Católicos Ortodoxos condenam teoria monofisista de Êutiques
449 - II Concílio de Éfeso: Diáscoro, patriarca de Alexandria, absolve Êutiques e confirma que suas teorias monofisistas são válidas
451 - Concílio de Calcedônia: nova condenação de Êutiques e invenção da doutrina da virgindade perpétua de Maria. Institui-se a adoração à Maria como mãe de Deus.
455 - Leão Magno, bispo de Roma, defende a cidade do ataque dos hunos e salva população romana

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